terça-feira, 21 de maio de 2013

JOVENS MÚSICOS ABREM O ANO DA ALEMANHA NO BRASIL COM CONCERTO NO THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO.


CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.




 Para comemorar a abertura oficial do Ano da Alemanha no Brasil tivemos no dia 14 de Maio um concerto no Theatro Municipal de São Paulo. Um misto entre jovens alemães e brasileiros compuseram a Orquestra Lanxess Yong Euro Classic , eta nome bonito pra uma orquestra. Engravatados de todos os lados e madames muito bem vestidas foram a presença majoritária no evento.
O que escrever sobre uma orquestra recém formada de jovens músicos? Primeiro tenho que elogiar a coragem do programa, poderiam colocar um repertório fácil , com trechos famosos de óperas e valsinhas de Strauss. Optaram pela dificuldade e mandaram Von Weber, Villa-Lobos , Mozart e Brahms. Para aprender os jovens tem que encarar os grandes compositores, essa é a regra.



Erros foram muitos, desafinadas ocorreram aos montes, tudo perdoável para uma orquestra de jovens sem o menor entrosamento. Como sempre os metais pecaram mais que os outros naipes. O esforçado maestro conseguiu arrancar, com muito trabalho, uma sonoridade interessante em diversas passagens do concerto, principalmente com as cordas.
A abertura da ópera O Franco Atirador de Von Weber mostrou metais assassinando a partitura. Música alemã com força e potência exige tudo desse naipe, que se perdeu com a juventude dos moços. A Bachiana número 5 de Villa-Lobos interpretada pelo soprano Rosana Lamosa foi a sensação da noite. Lamosa exprimiu uma voz lírica com agudos claros e coloraturas tímidas. A bela música de Villa-Lobos agrada aos ouvidos e mesmo o soprano inventando moda no final da partitura , cantando com a boca fechada, surtiu um efeito interessante.
A Exsultate Jubilate de Mozart mostrou uma orquestra em boa cadência e o soprano com voz consistente apesar de alguns desencontros com a orquestra.
Quando vi o respeitável público, todos com roupas chiquérrimas e de grifes famosas, no teatro imaginei que a grande maioria mostraria a cara e se mandaria no intervalo. Pensei que era um evento social onde as pessoas vão com outros interesses e a música é só um detalhe. Quebrei a cara, a grande maioria ficou para a segunda parte. A Sinfonia número 1 de Brahms teve algumas desafinadas, as madeiras pecaram no volume e os metais na sonoridade. Destaque para o belo solo de violino da Spala alemã, muito aplaudido, erroneamente pelo público entre um movimento e outro.

1 comentário:

  1. Gostei muito da ênfase na coragem! Não há arte sem audácia. Mas os tropeços certamente servirão de referência para mais e mais estudos e ensaios. Não há arte sem esforço!
    Parabéns pela crônica

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