sábado, 31 de agosto de 2013

O Anel do Nibelungo / Der Ring des Nibelungen, Nova Iorque, Maio de 2013 / New York, May 2013

(in english below) 

Uma breve introdução a esta monumental obra de Richard Wagner pode ler-se aqui.


 Em Nova Iorque assisti a um ciclo completo do Anel. No ano passado já tinha visto esta produção no Met Live e, ao vivo, Die Walküre. Aqui pode ler-se o que então se escreveu neste blogue sobre Das Rheingold, Die Walküre (aqui, aqui e aqui), Siegfried e Götterdämmerung.



 A encenação de Robert Lepage tem sido alvo de discussão e controvérsia. Conto-me entre os que a consideram muito eficaz e original. Há uma gigantesca máquina articulada que ocupa todo o palco e que assume inúmeras formas, constituindo os diferentes cenários, também com a ajuda de projecções.
A máquina, por vezes, faz algum ruído, o que perturba a concentração, mas a originalidade da abordagem cénica e a versatilidade alcançada permitem encará-lo com um pouco de tolerância.



 O maestro que dirigiu as 4 óperas do ciclo foi Fabio Luigi. Fez um excelente trabalho e a Orquestra da Metropolitan Opera mostrou que é uma das melhores orquestras mundiais pois teve um desempenho magnífico e homogéneo ao longo de todo o ciclo.


 Nos próximos dias escreverei umas notas sobre cada uma das óperas.




The Ring of the Nibelung / Der Ring des Nibelungen, New York, May 2013
A brief introduction to this monumental work of Richard Wagner can read here.

In New York I saw a complete Ring cycle. Last year I had seen this production at the cinema in MetLive transmissions, and, live in New York, Die Walküre. You can read here what was written then in this this blog on Das Rheingold, Die Walküre (here, here and here), Siegfried and Götterdämmerung.

The staging by Robert Lepage has been the subject of discussion and controversy. I am among those who consider it very effective and unique. There is a gigantic articulated machine that occupies the entire stage and that takes many forms, constituting the different scenarios, also with the help of projections.
The machine sometimes makes some noise, which disturbs the concentration, but the originality of the approach and the scenic versatility achieved allow to face it with a little tolerance.

The conductor who directed the four operas of the cycle was Fabio Luigi. He did an excellent job and the Orchestra of the Metropolitan Opera shown that it is one of the best orchestras in the world. It had a magnificent uniform performance throughout the cycle.

In the coming days I will write a few notes about each opera.

domingo, 25 de agosto de 2013

DIALOGUES DES CARMÉLITES, METropolitan OPERA, Nova Iorque, Maio de 2013 / New York, May 2013

(in english below)

 Dialogues des Carmélites é uma ópera de F Poulenc. O enredo pode ler-se aqui.

A encenação, velhinha, de John Dexter, é minimalista mas eficaz. No chão, ao longo da récita, ocupando todo o palco, está uma cruz branca onde as carmelitas aparecem prostradas. O carmélio é representado por 4 estruturas metálicas simulando colunas e, quando há diálogos com o exterior, aparece uma estrutura em forma de rede que separa as carmelitas do exterior. Um Cristo estilizado também aparece suspenso durante parte da acção. Só no final a revolução aparece espelhada no palco, com a entrada de soldados e do povo, antes da decapitação das freiras, já vestidas em trajos correntes. Uma encenação simples, agradável e que respeita a história da ópera.

O maestro francês Louis Langrée dirigiu.

O tenor americano Paul Appleby interpretou sem impressionar o Cevalier de la Force.
Também o seu pai, Marquis de la Force, interpretado pelo barítono Philip Skinner, foi banal.

A protagonista, Blanche de la Force, cantada pelo mezzo norte americano Isabel Leonard esteve muito bem, tanto vocal como cenicamente. Transmitiu insegurança e incerteza no início, determinação no final, como o papel exige.


 A melhor intérprete da noite foi o mezzo inglês Felicity Palmer como Madame de Croissy. Foi excelente na expressão do sofrimento lancinante e na expressão da quebra do comportamento que estaria obrigada a seguir.


 Também em grande forma esteve a irmã Constance interpretada pelo jovem soprano norte americano Erin Morley.

A Madre Marie, cantada pela norte americana Elizabeth Bishop foi outra das melhores da noite. Muito bem cenicamente, a voz é grande e sempre afinada.


 Finalmente uma palavra para outra cantora de voz poderosa, o soprano norte americano, Patricia Racette como Madame Lidoine que, contudo, já denota um vibrato apreciável.






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DIALOGUES DES CARMELITES,  Metropolitan Opera, New York, May 2013

Dialogues des Carmélites is an opera by F Poulenc. The plot can be read here.

The  old staging by John Dexter, is minimalist but effective. On the floor, along the whole performance, occupying the entire stage, there is on the floor a huge white cross where the Carmelites appear prostrate. The convent is represented by four columns in metal and, when there are contacts with the outside of the convent, a shaped structure that separates it from the outside appears. A suspended stylized Christ also appears during for part of the action. Only at the end of the revolution arrives on stage, with the entry of soldiers and the people, before the decapitation of the nuns, now dressed in current costumes. A simple staging, nice and respecting the story of opera.

French conductor Louis Langrée directed.

American tenor Paul Appleby sung without impressing the role of Cevalier de la Force.
Also his father, Marquis de la Force, played by baritone Philip Skinner, was commonplace.

The soloist, Blanche de la Force, sung by the North American mezzo Isabel Leonard was very good, both vocal and artisticaly. She transmitted insecurity and uncertainty in the beginning, determination at the end, as the role requires.

The best performer of the night was the English mezzo Felicity Palmer as Madame de Croissy. She was excellent in the expression of excruciating suffering and breakage of behavior that would be required for her to follow.

Very good was Sister Constance, interpreted by the young North American soprano Erin Morley.

Mother Marie, sung by North American Elizabeth Bishop was another of the best of the night. She was very well in the artistic performance and the voice was big and always in tune.

Finally a word for another singer with a powerful voice, North American soprano Patricia Racette as Madame Lidoine which, however, already denotes an appreciable vibrato.


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domingo, 18 de agosto de 2013

DON CARLO, Salzburger Festspiele, Agosto / August 2013

(in english below)

Tivemos ontem a possibilidade de assistir a uma transmissão “quase” directa, pelo canal arte, da nova produção do Don Carlo de G. Verdi, do Festival de Salzburgo. Ouviu-se a versão francesa em 5 actos, traduzida para italiano, sem o ballet. É a minha ópera favorita do compositor e já foi comentada aqui e aqui e aqui.

A produção de Peter Stein é clássica, austera, minimalista, mas agradável. As personagens aparecem quase sempre vestidas de negro, excepto no Auto-de-Fé onde há colorido excessivo. Não se criam ambientes dramáticos, estes são deixados à actuação dos cantores, que os cumpriram na perfeição.

A Orquestra Filarmónica de Viena, o Coro da Ópera de Viena e os solistas foram dirigidos, novamente de forma soberba, pelo maestro Antonio Pappano.

A interpretação do Don Carlo pelo tenor alemão Jonas Kaufmann foi excepcional. Transmitiu de forma marcante o conflito psicológico da personagem, em cena foi sempre expressivo e emotivo. A interpretação vocal foi ao nível do que tem feito neste papel, que já vi ao vivo, absolutamente irrepreensível. A voz é segura e ampla em todos os registos, os agudos são fabulosos e alcançados na perfeição e sem esforço aparente. Ofereceu-nos uma interpretação em crescente e, nos últimos actos, foi excelente.

(Fotografia / Photo: Monika Ritterhaus)

 Também insuperável na qualidade interpretativa foi o soprano alemão Anja Harteros como Elisabetta. Tem uma amplitude vocal invulgar, um timbre muito bonito e mantém a qualidade em todos os registos. Os agudos são estratosféricos, impecavelmente afinados, sem nunca gritar, e os pianissimi são impressionantes. Na ária Tu che le vanità foi arrepiante.

(Fotografia / Photo: Monika Ritterhaus)

Outra cantora marcante foi o mezzo russo Ekaterina Semenchuk na princesa Eboli. A voz é muito poderosa, bela, forte no registo médio, com graves imponentes e agudos brilhantes. Em O don fatale foi insuperável.

(Fotografia / Photo: Monika Ritterhaus)

O barítono americano Thomas Hampson, não tendo a voz ideal para a personagem, foi um Rodrigo muito bom vocalmente e excepcional na interpretação dramática, que alcançou a expressão mais elevada quando é ferido mortalmente e canta O Carlo, ascolta.

(Fotografia / Photo: Monika Ritterhaus)

Matti Salminen, baixo finlandês, foi o rei Filippo II. É um cantor excelente embora vocalmente não tenha estado ao mesmo nível dos anteriores. Mas a interpretação dramática foi tocante e o monólogo Ella giammai m’amo e, depois, o dueto com o Grande Inquisidor foram marcantes.

(Fotografia / Photo: Monika Ritterhaus)

O baixo norte americano Eric Halfvarson foi um Grande Inquisidor duro e autoritário, de voz poderosa e impressionante. É um papel que interpreta frequentemente. Como referi, o dueto com Fillipo foi assinalável.

(Fotografia / Photo: Monika Ritterhaus)

Os cantores secundários também não destoaram. Um Don Carlo de grande qualidade.

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DON CARLO, Salzburger Festspiele,  August 2013

Yesterday we had the opportunity to watch an "almost" direct broadcast, at arte tv, the new production of Don Carlo by G. Verdi for the Salzburg Festival. It was the French version in 5 acts, translated into Italian and without ballet. It's my favorite opera of the composer and it has been commented here and here and here..

The production by Peter Stein is classic, austere, minimalist but correct. The singers appear almost always dressed in black, except during the Auto-da-Fe where there are excessive colorful. The staging does not create dramatic atmosferes, these are left to the acting of the singers, who perfectly fulfilled them.

The Vienna Philharmonic, the Vienna State Opera Chorus and soloists were directed again superbly by Antonio Pappano.

The interpretation of Don Carlo by German tenor Jonas Kaufmann was exceptional. He transmitted well the psychological conflict of the character, on stage he was always expressive and emotive. The vocal performance was at the level of what he has made in this role, I have seen live, absolutely faultless. The voice is safe and wide in all registers, the top notes are fabulous and achieved flawlessly and without apparent effort. He offered us an interpretation in crescendo and in the last acts, was excellent.

Also unsurpassed in interpretive quality was German soprano Anja Harteros as Elisabetta. She has an unusual vocal range, very beautiful timbre and maintains quality in all registers. The top notes are stratospheric, impeccably tuned, she never screams, and the pianissimi are impressive. In the aria Tu che le vanità she was creepy.

Another striking singer was Russian mezzo Ekaterina Semenchuk the Princess Eboli. The voice is very powerful, beautiful, strong in the middle register, with impressive low notes and bright trebles.
O don fatale was unsurpassed.

American baritone Thomas Hampson, not having the ideal voice for the character, was a very good Rodrigo vocally and exceptional in dramatic interpretation, which reached the highest expression when he was mortally wounded and sang O Carlo, ascolta.

Matti Salminen, Finnish bass, was King Filippo II. He is a great singer vocally, though not at the same level as the previous. But the acting was touching and the dramatic monologue Ella giammai m'amo and then the duet with the Grand Inquisitor were striking.

North American bass Eric Halfvarson was a tough and authoritative Grande Inquisitor,  of powerful and impressive voice.
It is a role that he plays often. As mentioned, the duet with Fillipo was remarkable.

The other supporting singers were also good. A Don Carlo of great quality.

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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

AIDA, Theatro Municipal de São Paulo, Agosto de 2013



(Mais uma vez apresentamos, na íntegra, um texto de Ali Hassan Ayache que, como habitualmente, agradecemos)
 
A Grand-Opera é um gênero que se caracteriza pelo exagero. Tudo é monumental nesse estilo nascido na frança na primeira metade do século XIX e suas principais características são: Temas históricos em lugares exóticos, grandes massas corais, orquestras enormes, efeitos cênicos de arrasar, cenários e figurinos repletos de luxo e extravagância, grandes elencos, quatro ou cinco longos atos e a presença obrigatória do balé.

Giuseppe Verdi já tinha se aventurado no gênero quando compôs I Vespri Siciliani , relutou em compor uma ópera em homenagem à nova Casa de Ópera da cidade do Cairo a pedido do soberano Ismail Paxá. Uma bolada em grana e um pouco de conversa fiada fizeram Verdi aceitar a empreitada, assim nasce Aida, com todas as características da Grand-Opera francesa e um dos maiores sucessos verdianos.

Título que rodou o mundo e agora aporta em São Paulo para abrir a temporada de óperas. Noite de teatro lotado e tensão no ar, no saguão uma abundância enorme de fotógrafos e a Guarda Civil Metropolitana em traje de gala. 


 Cena da ópera Aida, TMSP, foto Internet.
  
A produção do Teatro Municipal de São Paulo apresentada no último dia 09 de Agosto é de uma Aida menos monumental e mais intimista. Os cenários de Italo Grassi não são grandiosos e sim simples e funcionais. Transportam para o Egito antigo com cores e desenhos característicos da época. Cumprem muito bem seu papel e não pecam pelo exagero. Os figurinos de Simona Morresi seguem a mesma tendência, com roupas simples e cores contrastantes conseguem levar o espectador ao Egito Antigo. O que destoa de tudo isso é um dançarino vestido como um personagem do filme Avatar, totalmente fora do contexto. A luz de Virginio Levrio interage com cenários e figurinos e cria efeitos interessantes, abusa do contraste claro e escuro, cria um clima interessante que realça o palco cênico.


Cena da ópera Aida, TMSP, foto Internet

A Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo regida por John Neschling apresentou bela musicalidade, andamentos corretos e sonoridade com bom volume. Orquestra que vem mostrando evolução a cada apresentação nas mãos do regente. O coral lírico mostrou espetacular desempenho, alguns desencontros entre as vozes não prejudicaram o todo. Vozes potentes e com as características do canto italiano. O Balé da Cidade de São Paulo dançou coreografias interessantes e adequadas à ideia do libreto. Dessa vez ninguém deu nenhuma cambalhota.

A direção de cena de Marco Gandini opta pela simplicidade, visão que louva o amor e mostra a tortura de personagens divididos e apaixonados. Mais importante que a guerra ou o Estado é o ser humano que prevalece e é o mais importante. Acaba com o monumental da ópera, tira a grandeza dela em troca do intimismo. A movimentação dos cantores é econômica, as massas corais e de prisioneiros não fazem estripulias no palco e os gestos e as expressões dos solistas se mostram satisfatórias.
  

Maria Jose Siri, Foto Internet

Os solistas estiveram a contento, Maria Jose Siri interpreta Aida com bela voz, timbre escuro e profundo. Dominadora de uma bela técnica vocal com emissão de notas de grande qualidade em todos os registros. Voz com enorme projeção, que enche o teatro e encanta pela luminosidade. Sua interpretação cênica mostra os estados da alma da personagem, dividida entre o amor e a pátria. O Radamés de Gregory Kunde tem fartos agudos e briga com os graves, a carência deles é nítida em diversas passagens. Consegue luminosidade em seus agudos e com eles se destaca. Cenicamente razoável conseguiu passar longe da nota Si no final da ária Celeste Aida.

Tuija Knihtlä faz uma Amneris com voz possante munida de graves em abundância, belo fraseado e atuação cênica convincente. O barítono Anthony Michaels-Moore encara um Amonasro de forma mediana, falta uma pegada nos graves. Quem mandou muito bem foi o baixo Luiz-Ottavio Faria, seu Ramphis tem graves portentosos, fartos e pujantes.

O programa entregue ao público é de excepcional qualidade, informativo, com entrevista do diretor de cena, melhores gravações e todo o libreto na língua original e traduzido para o português. Como sempre pessoas chegaram atrasadas e entraram após o início e alguns tiraram fotos, uma que estava próximo a mim se esbaldou com a câmera profissional.

 A produção do Theatro Municipal de São Paulo é inteligente e moderna, com vozes de bom nível e orquestração de qualidade. Trouxeram uma renca de estrangeiros para executar as tarefas, pelo que vi os profissionais da ópera de nosso país podem fazer igual ou até melhor.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

LA TRAVIATA, Deutsche Oper, Berlim, Abril de 2013

(review in english below)

La Traviata, ópera de G. Verdi e uma das minhas favoritas, foi já muitas vezes comentada neste blogue.


 A encenação de Götz Friedrich é interessante, agradável, mas tem alguns aspectos peculiares. Na abertura, Violeta, vestida de branco, está deitada no seu leito de morte. Ao lado da cama apenas uma pequena mesa. Todo o cenário envolvente é rodeado por portas negras encimadas por janelas com percianas de madeira, também negras. A cama e a mesa estarão sempre presentes até ao final da ópera quando, com algumas portas derrubadas, se repete a cena da abertura.
Com o início do primeiro acto Violeta veste um vestido vermelho e entram em palco diversos adereços para a festa, com os convidados vestidos a rigor.
Já no 2º acto, Alfredo trás um ramo de flores que espalha pelo chão. Na récita de hoje, pisou-as várias vezes no decorrer da acção porque esteve sobretudo preocupado com o canto e não com a representação. As cenas seguintes, até ao final, foram muito convencionais, sem nada de particular a destacar, mas foi uma encenação conseguida, apesar de não trazer nada de novo.

O jovem maestro Ivan Repusic ofereceu-nos uma sonoridade bem equilibrada e agradável, o que muito contribuiu para a qualidade do espectáculo.


 O soprano russo Diana Alieva foi uma Violeta de voz forte, dura no início, mas melhorou ao longo da récita e esteve muito bem no último acto. Não descurou a parte cénica, o que ajudou.


Alfredo foi o jovem tenor russo Khachatur Badalyan. O cantor tem uma boa figura e mostrou grande agilidade em palco. A interpretação vocal foi decente, embora sem a emotividade requerida. Também cenicamente poderia ter sido melhor dado que esteve sobretudo preocupado com o canto.


 O barítono alemão Markus Brück foi um Giorgio Germont excelente. Figura impositiva, castigadora e altiva no início, transmitiu arrependimento e compaixão no último acto. A qualidade vocal foi de topo e expressou de forma muito clara os diferentes estados emotivos da personagem.


 Também merece uma palavra elogiosa Annie Rosen que fez uma Annina perfeita. Os outros cantores secundários estiveram ao nível dos solistas.


 Uma récita muito equilibrada, de qualidade apreciável, mas sem o toque de magia que sempre se espera.





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LA TRAVIATA, Deutsche Oper, Berlin, April 2013

La Traviata, opera by G. Verdi and one of my favorites, has been often commented on this blog.

The staging of Götz Friedrich is interesting, enjoyable, but it has some peculiar aspects. At the opening, Violet, dressed in white, is lying on her deathbed.
Beside the bed only a small table. All the surrounding scenery is surrounded by black doors surmounted by windows with wooden shutters, also black. The bed and the table will always be present until the end of the opera when, with a few doors knocked down,  the opening scene repeats.
With the starting of first act Violet wears a red dress and come in various stage props for the party, with guests dressed up.
In the beginning of 2nd act, Alfredo brings a bouquet of flowers that spreads on the floor. In today´s performance, he stepped them several times in the course of action because he was particularly concerned about the singing and not the acting. The following scenes, by the end, were very conventional, with nothing particular to highlight, but it was an achieved successful act, despite not bringing anything new.

Young conductor Ivan Repusic offered a well-balanced and pleasant sound, which greatly contributed to the quality of the performance.

Russian soprano Diana Alieva was a strong voice Violet. She was hard at first, but improved throughout the performance and did very well in the last act. She did not
neglect the artistic part, which helped.

Alfredo was the young Russian tenor Khachatur Badalyan. The singer has a good figure and showed great agility. The voice was decent, although without the required emotion. He could have been better on stage given that he was mainly concerned with the singing.

German baritone Markus Brück was a great Giorgio Germont. His figure was imposing, punishing and haughty at first, but he conveyed regret and compassion in the last act. His voice quality was top and he expressed very clearly the different emotional states of the character.

Annie Rosen made a perfect Annina and the other singers were at the level of the soloists.

A very balanced performance, of significant quality, but without the touch of magic we always expected.

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