sexta-feira, 31 de outubro de 2014

CARMEN, METropolitan OPERA, Outubro de 2014 / Carmen Met Opera, October 2014

 (review in English below)



Mais uma vez tive oportunidade de assistir à Carmen de G Bizet, na METropolitan Opera, na conhecida produção de Richard Eyre.


É uma abordagem clássica e bem conseguida, com palco duplamente rotativo, mostrando vários cenários sevilhanos. Todas as cenas são vistosas mas as mais eficazes são o acampamento dos contrabandistas e o final da opera, com a morte simultânea da Carmen no exterior e do touro dentro da praça.


A orquestra, excelente, foi dirigida pelo maestro espanhol Pablo Heras-Casado. Também os coros tiveram desempenhos irrepreensíveis.


Carmen foi interpretada pela mezzo georgiana Anita Rachvelishvili. Já uma vez a tinha ouvido no papel e mantenho a opinião que tinha. É uma cantora de voz potente, com um registo baixo excelente, mas é pouco rebelde e não transmite nenhuma sensualidade. É pena.


Aleksandrs Antonenko, tenor letão, foi o Don José. A voz é bem audível, com agudos aparentemente fáceis, mas nasalada em excesso. (Quando o ouvi noutras interpretações não tinha ficado com esta ideia do seu timbre). Cenicamente esteve bem, sem deslumbrar. A expressão dos sentimentos, tanto nos diálogos com a Carmen como com a Michaela, foi pouco convincente.


O Escamillo do baritono italiano Massimo Cavalletti esteve muito bem. A voz é muito respeitável, o cantor usou-a bem e tem uma presença em palco muito boa.


Sensacional foi a Michaela do soprano romeno Anita Hartig. Foi uma conjugação perfeita de voz bonita, afinada, bem audível e emotiva, com uma presença em palco perfeitamente adequada à personagem. Excelente!



Nos papeis secundários, sempre boas actuações de John Moore como Morales, Keith Miller como Zuniga, Kiri Deonarine como Frasquita, Jennifer Johnson Cano como Mercédès e Eduardo Valdes como Remendado.










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CARMEN, Metropolitan Opera, October 2014


Again I had the opportunity to see G. Bizet’s Carmen at the Metropolitan Opera, the well known production of Richard Eyre.

It is a well done classic approach, with a double rotating stage, showing various scenarios of Seville. All scenes are showy but the most effective ones are the camp of smugglers and the end of the opera, with the simultaneous death of Carmen outside and bull inside the bullfight plaza.

The orchestra was excellent abd was directed by Spanish conductor Pablo Heras-Casado. Also the choirs had faultless performances.

Carmen was interpreted by Georgian mezzo Anita Rachvelishvili. I saw her on this role before and I keep the opinion I had. She has a powerful voice with an excellent low register, but she looks little rebellious and does not transmit any sensuality. And this is a pity.

Aleksandrs Antonenko, Latvian tenor, was Don Jose. His voice is very audible with acute notes seemingly easy, but he has as excessive nasal timbre. (When I heard him in other roles I had not been with this idea of his timbre). On stage he was fine without being tremendous. The expression of feelings in dialogues both with Carmen and with Michaela, were unconvincing.

Escamillo by Italian baritone Massimo Cavalletti was very interesting. The voice is respectable, the singer used it well and has a very good presence on stage.

Michaela was the sensational Romanian soprano Anita Hartig. She has a beautiful, smooth, always audible and emotive voice perfect, with a stage presence perfectly suited to the character. Excellent!

In supporting roles, good performances from John Moore as Morales, Keith Miller as Zuniga, Kiri Deonarine as Frasquita, Jennifer Johnson Cano as Mercedes and Eduardo Valdes as Remendado.


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