domingo, 15 de novembro de 2015

IL BARBIERE DI SIVIGLIA de Rossini — Royal Opera House, Londres — Outubro 2014

(Text in English below)


Assisti à última récita da reposição de Il Barbiere di Siviglia de G. Rossini. Trata-se da encenação muito famosa e querida do público de Moshe Leiser e Patrice Caurier

Esta encenação já aqui foi comentada por diversas vezes em 2009 (Fanático Um) e 2011 (Wagner Fanatic). É uma encenação extremamente colorida e muito impactante que cumpre inteiramente a ideia de espectáculo cómico e divertido que se pretende e nos transporta para um mundo de fantasia. Depois de a ver, é difícil ficar-lhe indiferente e, acima de tudo, mal humorado.

O elenco para esta reposição era, na sua maioria, constituído pelos cantores em formação na ROH.


O Conde de Almaviva foi o tenor Michele Angelini que tem uma voz com um timbre muito agradável, boa projecção e técnica segura. Interpretativamente foi convincente e desempenhou bem cenicamente. Penso que, com o tempo, se poderá tornar um tenor bem interessante, embora ainda tenha de crescer bastante.


O Figaro do barítono americano Lucas Meachem foi de uma excelente qualidade: voz pontente de timbre agradável, agudos fáceis e expressividade abundante aliada a uma figura excelente para o papel que soube usar em seu favor cenicamente.


O Dotor Bartolo de Alessandro Corbeli, o mais conceituado dos cantores deste elenco, foi bom, mas sem encantar.


A Rosina de Serena Malfi foi de boa qualidade. A voz tem muita potência e um timbre muito agradável. Todavia, mostrou-se um pouco insegura o que a levou a ter algumas falhas, sendo que a mais estrépita foi no final do Una voce poco fa em que estoirou o o sì. Tem uma excelente presença em palco, é cómica e interagiu bem com as restantes personagens. Assim, no cômputo geral teve uma prestação agradável e tenho a certeza de que, se não falhar, é uma Rosina de muita qualidade.


Gostei particularmente da voz de Wyn Pencarreg como Fiorello e a Berta de Janis Kelly esteve bem.


A Orquestra da ROH sob direcção de Sir Mark Elder ofereceu-nos uma interpretação fresca e empolgante.

Foi uma récita de boa qualidade global que divertiu e entreteve bastante e com uma encenação que vale a pena ver ao vivo.

Fica um vídeo com os aplausos.


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(Text in English)

I attended the last recitation of Il Barbiere di spare Siviglia by G. Rossini. This is the very famous and beloved staging by Moshe Leiser and Patrice Caurier.

This scenario has already been commented on several occasions in 2009 (Fanatic One) and 2011 (Wagner Fanatic). It is an extremely colorful and very impressive staging that fully meets the idea of humorous and entertaining show that is intended and transports us to a world of fantasy. After viewing, it is difficult to stay indifferent to it and, above all, grumpy.

The cast for this replacement was mostly composed of singers in training in ROH.

The Count Almaviva was the tenor Michele Angelini that has a voice with a very nice timbre, good projection and safe technique. Interpretively he was convincing and played well scenically. I believe that, over time, may become an interesting tenor, while still having enough to grow.

The Figaro of the American baritone Lucas Meacham was of excellent quality: pontente voice , pleasant timbre, easy treble and abundant expressiveness combined with an excellent figure for the role he managed in his favor scenically.

The Dotor Bartolo by Alessandro Corbeli, the most renowned of the singers of this cast was good, but without delight me.

The Rosina Of Serena Malfi was of good quality. The voice has a lot of power and a very nice timbre. However, she was a little insecure what caused her to have some flaws, with the most notorious at the end of Una voce poco fa that broke out in the final o sì. She has a great stage presence, is comic and interacted well with the other characters. So, overall had a nice presentation and I am sure that if not fail, her Rosina could be of superior quality.

I particularly liked the voice of Wyn Pencarreg as Fiorello and Janis Kelly as Berta did well.

The ROH Orchestra under the direction of Sir Mark Elder offered us a fresh and exciting interpretation.

It was a recitation of good overall quality that amused and entertained enough and with a scenario that is worth seeing live.

2 comentários:

  1. Esta produção passou no Mezzo. A encenação é magnífica e hilariante. A versão que se vê na TV julgo que é anterior, mas a produção é a mesma. A cantora que faz a Rosina teve um problema num pé dias antes e cantou e representou em cadeira de rodas e toda a encenação se adaptou com imensa graça.

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  2. É uma encenação muito engraçada e muito bem conseguida. A cantora que partiu um pé e cantou na careira de rodas foi a Joyce DiDonato, uma Rosina fabulosa!

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